Hipertensão

A hipertensão é uma doença bem conhecida e os seus riscos para a saúde são divulgados com frequência. Mas, o que talvez não se saiba exatamente, é o seu grande alcance. Estima-se que 24% da população brasileira seja portadora de hipertensão arterial e que a doença mate mais de 10 milhões de pessoas em todo o mundo a cada ano.

Saiba um pouco mais sobre esta doença, que muitas vezes é silenciosa, em entrevista com a médica cardiologista Ana Claudia Luz (CRM/BA 10345), dos Centros Médicos Promédica.

Quais são os principais fatores que causam a hipertensão?

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma das doenças mais comuns no mundo moderno, caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial. Para que o indivíduo seja considerado portador da doença, é preciso valores de pressão arterial sistólica maior ou igual a 140mmhg e pressão arterial diastólica maior ou igual a 90mmhg em medidas de consultório.

Trata-se de uma doença com diversos fatores, inclusive genéticos. Existe, também, uma relação linear e direta da pressão arterial com a idade, pois a prevalência é superior a 60% nos pacientes acima de 65 anos. Além disso, outros fatores também contribuem para elevar a pressão arterial, como excesso de peso e obesidade, ingestão excessiva de sal, álcool e falta de exercícios físicos.

O que a HAS pode causar no individuo?

 A presença de HAS não controlada aumenta o risco do individuo apresentar alterações funcionais e estruturais em órgãos importantes (coração, cérebro, olhos, rins e vasos sanguíneos), com aparecimento de doença cerebrovascular: acidente vascular encefálico isquêmico ou hemorrágico, alteração da função cognitiva, doença cardiovascular: infarto agudo do miocárdio, angina, insuficiência cardíaca, edema agudo do pulmão, doença renal: nefropatia hipertensiva e déficit da função renal e doença ocular: retinopatia hipertensiva.

Qual o conselho para um paciente que não tem hipertensão e para aquele que já apresenta a doença?

 A prevenção primária divide-se em mudança de hábitos e uso de medicamentos. Como medidas não medicamentosas, podemos citar: medir a pressão arterial regularmente,mudanças no estilo de vida, com adoção vida saudável, manter o peso adequado, uso adequado do sal, praticar atividade física regular, abandonar o fumo, aproveitar momentos de lazer, controlando o estresse, consumo moderado de álcool e controle do diabetes mellitus promovem a redução da pressão arterial e diminuição do risco cardiovascular.

As medidas medicamentosas são indicadas para indivíduos que apresentam comportamento limítrofe da pressão arterial e condições de risco cardiovascular alto, e os trabalhos revelam que medicamentos são seguros e bem tolerados na prevençãoda HAS.

Pela sua experiência em consultórios, por que, mesmo sabendo do risco, não existe uma prevenção adequada?

Na prática clínica, observamos que a implantação de medidas de prevenção é um desafio para os profissionais de saúde. Pois muitos pacientes não concordam com o diagnóstico de HAS e não seguem as orientações prescritas. Somente quando apresentam sintoma é que procuram o médico.